No Fantasy Film Festival que aconteceu em Berlim entre os dias 16 e 24 deste agosto e agora segue em outras seis cidades alemãs, umas das maiores atrações é o rotulado “primeiro filme pornô em 3D” no mundo, "3D Sex and Zen - Extreme Ecstasy". A curiosidade do público ficou ainda maior por causa do seu país de produção, a China. Oras, um dos países com censura mais pesada no mundo ser pioneiro num gênero que dá arrepios em pudicas e repressores da liberdade de expressão é no mínimo inusitado.
Pois hei que fui conferir a tal sessão do filme que já é o maior sucesso de público na China e tem conseguido artigos no mundo inteiro. Que algo tosco vinha pela frente, isso era esperado. Mas a expectativa de que a experiência poderia ser no mínimo interessante desceu ladeira abaixo já nos primeiros 10 minutos. Ali já dava para perceber que o filme não tem, na verdade, nada de pornô. Perde feio pra qualquer porno-soft Emmanuelle.
O orçamento gigantesco de 4,5 milhões de dólares de nada serviu. A sincronização e áudio é horrorosa, não existe um “ator/atriz” que se safe da interpretação medíocre, os cenários pavorosos e o roteiro – que na verdade não existe – são de arrepiar até os cabelos do pé.
Mas a grande causa de aborrecimento naqueles que pagaram caro – cerca de 30 reais o ingresso – esperando ver a inovação pornô em 3D é a falsa propaganda em torno do filme. Ele simplesmente não é pornô, nem soft nem explícito! Não há sequer uma cena erótica, apenas piadas grotescas em nível de Casseta e Planeta acerca de impotência e tamanho de órgãos sexuais. É uma comédia das mais bizarras, com alternâncias com o terror tipo Z, cheio de sangue, pernas, peitos e pintos de borracha sendo cortados a todo instante, acompanhados por gritinhos histéricos das chinesinhas e as caras e bocas irritantes dos aspirantes a ator.
Não fosse o marketing extremamente picareta, talvez o público não sairia frustrado. Os elementos cômicos existem – poderiam ser muito mais – e é possível dar umas risadas em momentos em que o filme só se preocupa em ser besteirol. Mas isso dura pouco. Depois de meia hora de película, o sangue toma conta e aí não sobra ponto positivo para ser ressaltado.
Se você aí quer assistir ao primeiro pornô 3D da história, espere então por Calígula, que está sendo refilmado pelo diretor Tinto Brass, o mesmo responsável pela versão original com Malcolm MacDowell e também pelo clássico Monella – a Travessa.
Por ora e se por acaso este tal chinês chegar ao Brasil, é melhor poupar o seu rico dinheirinho.
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